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Com ampla participação das comunidades civil e científica, a Prefeitura sediou, nesta terça-feira (3), a 2ª Conferência Municipal do Meio Ambiente da cidade do Rio Grande. O evento foi realizado no Salão Nobre do Paço Municipal, com início às 8h, estendendo-se até o final da tarde. Durante a conferência, foram indicadas as propostas para a 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, bem como eleitos os representantes da delegação que representará o município na etapa estadual. Foi organizado e realizado pela Secretaria de Município do Meio Ambiente e Sustentabilidade. 

Na edição deste ano, os debates se voltaram para o tema “Emergência Climática: o desafio da transformação ecológica”, com ênfase tanto nos impactos do aquecimento global quanto nas estratégias de enfrentamento a esses fenômenos climáticos extremos. 

Estiveram presentes autoridades como o vice-prefeito, Sérgio Webber, o titular da pasta do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Pedro Fruet, e o adjunto, Werner Spotorno, cientistas e professores da FURG, além da coordenadora do JusClima2030, Rafaela Martins da Rosa, e da Assessoria do Clima (AsClima/SEMA-RS) da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Daniela Mueller de Lara.

A conferência municipal é uma oportunidade para o município dar visibilidade a suas reivindicações sobre meio ambiente, considerando suas particularidades locais. Esta etapa marca o início das discussões da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que contribuirá para a elaboração de um novo Plano Clima para o país. O documento deve ser apresentado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP 30), em novembro de 2025, em Belém, no Pará.

O secretário do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Pedro Fruet, ressaltou o esforço colaborativo da equipe da pasta, que rapidamente organizou a conferência assim que ele apresentou a iniciativa de realizá-la no município. "Isso faz a diferença, uma equipe que sabe o valor que tem em trabalhar em cooperação. Então, a gente só está aqui hoje, graças aos servidores da secretaria". 

Fruet destacou os esforços da secretaria ao longo do ano, com ênfase no trabalho realizado para lidar com os impactos das enchentes que atingiram a cidade. "Nós lutamos muito para conseguir diminuir esse impacto, para atender a todo mundo".

Entre as autoridades, Margareth Copertino, professora adjunta do Instituto de Oceanografia da FURG, trouxe sua visão como cientista para o debate. Ela enfatizou a importância desse evento para discutir a emergência climática, especialmente em um momento em que novas políticas estão sendo definidas no Brasil, alinhadas com os objetivos globais. Copertino também mencionou que mais da metade dos municípios brasileiros são altamente vulneráveis a desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra, como ocorreu no Rio Grande do Sul.     

O diretor do Complexo de Museus da FURG, o oceanógrafo Lauro Barcellos, também esteve presente. Ele destacou a importância do trabalho colaborativo para implementar ações eficientes, que seja articulado entre sociedade e esferas públicas e privadas. “O meio ambiente diz respeito a todos nós. Como cidadãos, nós precisamos nos entender a ponto que desenvolvamos diálogos, mas diálogos baseados na ciência e que encontrem soluções”, enfatizou.   

A coordenadora da AsClima/SEMA-RS, Daniela Mueller de Lara, iniciou as atividades com a palestra “Ações Climáticas e a 5ª Conferência do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul: avanços e oportunidades”. Em sua fala, de Lara discutiu as ações do Estado de enfrentamento às mudanças climáticas, com destaque para o Plano Rio Grande, que busca definir medidas para mitigar os impactos das enchentes de maio deste ano, a maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul. 

Durante a conferência, os participantes dividiram-se em torno de cinco eixos temáticos, com base no documento definido pela 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. Esses eixos foram: I – Mitigação; II – Adaptação e preparação para desastres; III – Justiça climática; IV – Transformação ecológica; e V – Governança e Educação Ambiental. Cada grupo pôde indicar até quatro propostas, das quais duas foram priorizadas em plenária. Assim, as dez propostas finais serão encaminhadas para a Comissão Organizadora Estadual e incluídas no Caderno de Propostas, a ser debatidas na 5ª Conferência do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul. 

A delegação eleita representará a cidade do Rio Grande na etapa estadual, que está prevista para os dias 11 e 12 de março de 2025, em Porto Alegre.