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Reinaugurado junto ao Centro de Atenção ao Turista (CAT), ao lado do Mercado Público Municipal, o Recanto de Leitura “Nilza Fontoura” é o primeiro de novos espaços que poderão ser implantados pela Secretaria de Município da Cultura e Economia Criativa (SMCEC). “A ideia é essa, e queríamos ver mais em paradas de ônibus e em outros espaços, por exemplo. É o primeiro e agora temos o desafio de pensar em outros como este”, adiantou a secretária da Cultura, Rita Patta Rache.

Conforme a secretária, o Recanto Nilza Fontoura é um espaço de leitura descentralizada, proposto pela coordenação do Núcleo de Livro, Leitura e Literatura da Secretaria, que já existia dentro do Mercado Público, “e agora está em um local mais confortável”, tendo sido concretizado por meio de uma parceria com a Secretaria de Município de Desenvolvimento, Inovação, Turismo e Economia do Mar (SMDITMAR). “A intenção é que, assim como este que homenageia a professora Nilza Fontoura, possam ser criados outros pontos de leitura no Município para a circulação de livros”, citou Rita Rache.

Na Secretaria da Cultura, o projeto Lumina Mundo, coordenado por Luciana Gepiak, leva para feiras e outras atividades nas comunidades a distribuição de livros e estimula a proposta de que o livro tem que ir para vários lugares. A secretária reforça a proposta de criar vários estandes como esses em lugares diversos da cidade, em que as pessoas se sintam à vontade para pegar o seu livro, ler, doar, trocar, devolver se puderem e se quiserem.

I Encontro Espaços Comunitários

O Recanto de Leitura Nilza Fontoura foi proposto pelo Núcleo de Livro, Leitura e Literatura da SMCEC, tendo sido reinaugurado em evento na tarde de quarta-feira (30), junto ao CAT. No evento estavam familiares da professora homenageada e participantes do I Encontro Espaços Comunitários, realizado na Biblioteca Pública do Rio Grande, horas antes da reinauguração do Recanto, onde estiveram integrantes da Secretaria da Cultura, da Furg, UFPel, IFSUL, Câmara de Vereadores, Instituto Aruanda, Mães Negras, Linha Viva, Passo dos Negros, Hélio de Angola, Instituto Zé Darci e membros da Academia Rio-grandina de Letras.

O I Encontro reuniu bibliotecas comunitárias de Pelotas, Rio Grande e Arroio Grande, que trocaram ideias sobre como pensar políticas para o livro, a democratização do acesso à leitura e “como as comunidades podem se organizar em torno da leitura, do livro, desses equipamentos que são comunitários”, explicou Rita Rache. “Foi uma forma de pensar em conjunto essas políticas para o setor e o fortalecimento da organização comunitária”.

A homenageada

A professora Nilza Rita Lourenço da Fontoura, pelotense que adotou Rio Grande, construiu uma carreira profissional e pessoal com esforço, lutas e dedicação. Foi docente na FURG, no Instituto de Educação Juvenal Miller e no antigo Colégio Técnico Industrial. Foi a primeira professora a apresentar a titulação específica para atuar no curso de Letras da FURG, na área de Português, com graduação em Letras Neolatinas (UCPel, 1961).

Mas as atividades dessa mulher ao mesmo tempo doce, suave e determinada foram muito além da sala de aula. Católica praticante, integrou movimentos e campanhas da Igreja. Leitora voraz e escritora de qualidade, conhecedora da Língua Portuguesa, integrou a Academia Rio-grandina de Letras (ARL) e foi agraciada com várias distinções, como o título de Cidadã Rio-grandina, Patrona da Feira do Livro da FURG e Medalha da Ordem de Silva Paes.